Posts Tagged ‘literatura portuguesa’

Articles

Exposição sobre Agustina Bessa-Luís no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 17 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua
16 de dezembro de 2014

.
O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, acolhe, de 16 de dezembro de 2014 a 1 de março de 2015, a exposição Agustina Bessa-Luís, Vida e Obra, concebida pela escritora Inês Pedrosa e pelo realizador de cinema João Botelho.

Para o diretor do Museu, Antonio Carlos de Moraes Sartini, esta é “uma bela oportunidade de aproximar os brasileiros das obras desta importante autora de nosso idioma, mas que ainda não é muito conhecida e lida no Brasil”. “Com a realização desta mostra, o Museu segue cumprindo seu papel de valorização da Língua Portuguesa e da nossa melhor expressão literária”, afirma o mesmo responsável.

A mostra, que permanecerá em exibição no saguão do terceiro andar do Museu da Língua Portuguesa até dia 1 de março de 2015, é uma iniciativa do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e a sua exibição é fruto de uma parceria com o Consulado Geral da República Portuguesa em São Paulo.

Por meio dos 20 painéis ilustrados com textos e fotografias, a exposição no Museu – situado no prédio da Estação da Luz, no Centro de São Paulo – apresenta ao público a trajetória da grande escritora.

–– Agustina Bessa-Luís, uma “neorromancista” ––
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de outubro de 1922 em Vila Meã, na cidade de Amarante (Distrito do Porto, norte de Portugal) e tornou-se uma escritora mundialmente conhecida sob o pseudónimo literário de Agustina Bessa-Luís.

Chegou ao Porto para estudos em 1935 e fez breve passagem por Coimbra nos anos 1940, onde viveu até ao lançamento do livro de estreia como romancista, a novela Mundo Fechado em 1948.

Em 1950, Agustina voltou ao Porto onde reside até hoje. O sucesso e o reconhecimento vieram em 1954, com o lançamento do romance A Sibila, que já apresenta toda a maturidade do seu original processo criativo.

Situada pelos críticos como “neorromancista”, Agustina transborda um enorme interesse pelo romancista Camilo Castelo Branco (1825-1890).

Graças ao conjunto de sua obra foi agraciada com inúmeros prémios, entre eles a Medalha de Honra da Cidade do Porto e a Ordem das Artes e das Letras da República Francesa no Grau de Oficial. Em 2004, aos 81 anos, recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão literário da Língua Portuguesa.

Autora de várias dezenas de obras, entre romances, contos, peças teatrais, livros infantis e crónicas, a escritora ainda dedicou o seu tempo a outras atividades, tendo sido diretora de 1990 a 1993 do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

As obras de Agustina foram traduzidas para o alemão, espanhol, francês, grego, dinamarquês, italiano e romeno. Alguns romances serviram também de inspiração para vários filmes, principalmente do cineasta português Manoel de Oliveira. Entre eles, os filmes Vale Abraão, de 1993, a partir do romance de mesmo nome (publicado em 1991), e o filme O Convento, de 1995, a partir do romance As Terras do Risco (1994).

Agustina Bessa-Luís afastou-se da produção literária por questões de saúde, em 2006, com o lançamento de seu romance A Ronda da Noite.

A romancista faz parte de importantes instituições como a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Europeia de Ciências, das Artes e das Letras, bem como é membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.  :::

• Museu da Língua Portuguesa – São Paulo – Brasil:
<http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/>

.
–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––

Articles

Portugal celebra publicação da obra completa de António Vieira

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 6 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência EFE
2 de dezembro de 2014

.
A publicação da obra completa do padre jesuíta Antonio Vieira, filósofo e orador português, foi concluída pela editora Círculo de Leitores e foi comemorada em uma conferência na Universidade de Lisboa.

A extensa coleção de 30 volumes é o resultado de um trabalho conjunto feito por mais de 50 especialistas portugueses e brasileiros.

Antonio Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, salientou a importância da obra de Vieira da história portuguesa: “Ninguém antes dele nem ninguém depois dele ele fez tanto com as palavras e através das palavras. Sem Vieira, não teríamos a Língua que temos”, escreveu ele no prefácio da coleção.

“Nesse difícil século XVII de nossa história, Vieira abriu e difundiu a Língua Portuguesa, fez dela uma cultura, marcou o seu lugar no mundo”, disse.

António Vieira foi uma pessoa influente na política e na sociedade de sua época, no século XVII, tanto em Portugal quanto no Brasil, onde defendeu os direitos dos povos indígenas, com quem conviveu até mesmo devido a suas atividades jesuíticas.

A Companhia de Jesus exerceu grande importância no Brasil, sendo a grande responsável por levar o cristianismo ao país sul-americano, então colónia de Portugal.

Também conhecido como “Paiaçu” (“o grande pai”, em língua tupi), Antonio Vieira escreveu uma série de Sermões que se considera que tiveram uma influência importante para a literatura do Barroco no Brasil, e deixou um legado lusófono reconhecido por personalidades da literatura portuguesa, como José Saramago e Fernando Pessoa, que chegou a chamá-lo de “o imperador da Língua Portuguesa”.

António Vieira nasceu em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608, e viveu como missionário católico, diplomata e orador, entre Portugal e Brasil, onde faleceu na cidade de Salvador, na Bahia, em 18 de julho de 1697.

Da sua extensa obra, destacam-se os Sermões e o seu livro História do Futuro, estreitamente relacionado com o mito do sebastianismo, segundo o qual o rei português D. Sebastião, que morreu aos 24 anos de idade na batalha de Alcácer-Quibir em Marrocos em 1578, voltaria para estabelecer seu reino.  :::

.
–– Extraído da Agência EFE ––

Articles

República Checa: Centro de Língua Portuguesa de Praga comemora 10º aniversário

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 4 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
2 de dezembro de 2014

.
O Centro de Língua Portuguesa do Camões, I.P. em Praga celebrou o seu 10º aniversário com uma cerimónia que reuniu os embaixadores de Portugal e do Brasil na República Checa, bem como a responsável do Departamento de Estudos Luso-Brasileiros da Universidade Carolina de Praga, professora Sarka Grauová, e ainda lusitanistas, alunos e utentes em geral.

No evento, realizado a 27 de novembro de 2014, os embaixadores de Portugal e do Brasil sublinharam nos seus discursos o serviço deste Centro no apoio à divulgação e promoção da Língua Portuguesa na República Checa. A celebração contou com a atuação do Coral da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo que interpretou, entre outras, peças de Fernando Lopes-Graça (1906-1994) e poemas musicados de Florbela Espanca (1894-1930).

O Centro de Língua Portuguesa (CLP) em Praga atua em três eixos: ação cultural externa, em articulação com a Embaixada da República Portuguesa, representação do Camões, I.P. em organismos internacionais com responsabilidades culturais – caso do grupo EUNIC em Praga (a rede dos Institutos Nacionais para a Cultura da União Europeia) – e promoção da Língua Portuguesa, materializada na oferta de aulas e seminários para o público em geral, bem como na dinamização de um centro de recursos composto por biblioteca, audioteca e videoteca.

Nesta última área de intervenção, o CLP do Camões em Praga presta ainda apoio pedagógico e didático a oito escolas e universidades checas onde a Língua Portuguesa está presente. E também participa ou coorganiza eventos especializados, de que se destacam a Feira Internacional do Livro de Praga, o Prémio Ibero-Americano de trabalhos académicos ou o Prémio “Hieronymitae Pragenses” de tradução literária, dirigido a jovens tradutores de obras em Língua Portuguesa.

Desde 2012, este CLP tutela também a atividade educativa da Escolinha Camões – Escolinha Portuguesa de Praga, que oferece atividades pedagógicas e didáticas em Língua Portuguesa a crianças entre os 2 e os 7 anos de idade.  :::

.
–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––

.
*              *             *

Leia também:
República Checa: “ponto de situação” sobre o Ensino do Português – 27 de outubro de 2012
Sociedade Checa de Língua Portuguesa em Praga – 05 de julho de 2012

Articles

Ensinar a história da literatura portuguesa no Ensino Secundário – Lúcia Vaz Pedro

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional on 3 de Novembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

.
A escritora e professora Lúcia Vaz Pedro, especialista em ortografia, defendeu uma nova divisão do ensino da literatura portuguesa nas escolas secundárias, em artigo recente do Jornal de Notícias.

Na opinião da autora, essa divisão pretende atender as novas metas curriculares do ensino da literatura de Portugal no Ensino Secundário do país.

A autora defende essa organização histórica da Educação Literária, e para que a literatura portuguesa seja bem assimilada pelos alunos, “é necessário que tenham em conta esta divisão, de modo a contextualizar as diferentes obras literárias”.

Ventos da Lusofonia reproduz na íntegra o artigo assinado por Lúcia Vaz Pedro, publicado em 7 de setembro em sua coluna Português Atual, do Jornal de Notícias, de Portugal, sobre sua proposta de divisão do ensino da literatura portuguesa.  :::

.
*              *              *

–– As metas curriculares de Português
do Ensino Secundário e a história da Literatura ––

Lúcia Vaz Pedro
do Jornal de Notícias (Porto, Portugal)
7 de setembro de 2014

.
As novas metas curriculares de Português do Ensino Secundário têm em conta a perspetiva diacrónica como base da Educação Literária.

Sendo assim, urge fazer um resumo da história da literatura portuguesa, dividindo-a em três épocas distintas.

A primeira é a Época Medieval, que vai desde a descoberta do texto mais antigo por volta de 1200 até à terceira década do século XVI (1526/1527). Esta época subdivide-se em dois períodos: o período dos trovadores ou galaico-português, compreendendo a poesia trovadoresca, a prosa monástica e as novelas de cavalaria, e que vai do século XII até à segunda metade do século XVI; o período dos poetas palacianos e dos cronistas (Cancioneiro Geral de Garcia de Resende), que vai desde 1385 até 1526, ano em que Sá de Miranda regressa a Itália e traz o Classicismo.

A segunda é a Época Clássica: inicia-se em 1526/1527 e vai até 1826, ano da publicação do poema épico-narrativo D. Branca, obra em que Almeida Garrett contesta o culto da “gentil religião” e das “ficções do paganismo”. Esta época subdivide-se em três períodos: o Renascentista, até às primeiras décadas do século XVII, o Barroco (conceptismo-cultismo), que vai de 1580 a 1756, data da fundação da Arcádia Lusitana, e o período Neoclássico ou Escola Arcádica, entre 1756 e 1826, com a publicação do poema D. Branca.

A terceira é a Época Moderna e começa por volta de 1826 até à atualidade. Esta pode dividir-se em três momentos: o primeiro, de 1826 a 1865, data da Questão Coimbrã, abrangendo o período do Romantismo e do Ultrarromantismo; o segundo, de 1865 a 1900, ano da morte de Eça de Queirós. Trata-se do período do Realismo, Naturalismo e Simbolismo; e o terceiro, desde 1900 até aos dias de hoje, definindo-se como a época do Neorrealismo.

Se, a partir do próximo ano letivo, os alunos do Ensino Secundário vão estudar a literatura portuguesa ao longo dos tempos, é necessário que tenham em conta esta divisão, de modo a contextualizar as diferentes obras literárias.  :::

.
PEDRO, Lúcia Vaz. As metas curriculares de Português do Ensino Secundário e a história da Literatura.
Extraído do Jornal de Notícias – seção DossiêsPortuguês Atual.
Porto, Portugal.
Publicado em: 07 set. 2014.

Articles

Brasil: Feira do Livro de Porto Alegre chega à 60ª edição

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 31 de Outubro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Do Portal Brasil, da Agência Lusa e da Agência RBS (Porto Alegre, Brasil)
31 de outubro de 2014

.
Realizada de forma ininterrupta há 60 anos, a Feira do Livro de Porto Alegre é hoje um dos maiores eventos culturais do sul do Brasil. Oferece obras de todos os gêneros e também promove centenas de atividades gratuitas para públicos de todas as faixas etárias por meio da programação cultural, envolvendo escritores, ilustradores, mediadores da leitura e contadores de histórias, entre outros convidados de âmbito nacional e internacional.

A Feira do Livro da capital gaúcha é a maior do gênero a céu aberto na América Latina e já acolheu nomes importantes das letras lusas, como Valter Hugo Mãe e Francisco José Viegas. Neste ano, a presença literária portuguesa em Porto Alegre reúne o autor contemporâneo Gonçalo M. Tavares, autor de Jerusalém (2004), e o escritor, músico e ator Nuno Camarneiro, que fará sessão de autógrafos do livro Debaixo de Algum Céu (2012).

O certame também receberá outros autores internacionais, como o espanhol Javier Moro, o israelense Nir Baram e o mexicano Francisco Martín Moreno.

O Canadá é o país homenageado na 60ª edição do evento e será representado por oito escritores, como a jornalista investigativa Isabel Vincent, do jornal norte-americano The New York Post, e a escritora de Montreal, Claire Varin, importante pesquisadora no estrangeiro sobre a obra de Clarice Lispector.

A Área Internacional, um dos pontos altos da Feira e que reúne o maior acervo multilíngue do Estado, voltou a ser instalada em frente ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Entre as novidades na estrutura, estão a nova praça de alimentação e o retorno da Sala das Nações, local reservado para eventos de países participantes e aulas sobre culturas estrangeiras.

–– “A livraria ao povo”: 60 anos da Feira do Livro de Porto Alegre ––
A Feira do Livro de Porto Alegre foi idealizada pela jornalista Say Marques e realizada pela primeira vez em 1955 com a ideia de popularizar e facilitar o acesso da população à produção literária. “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”: esta era a divisa da primeira edição do evento.

Ao longo dos anos, as primeiras 14 barracas de madeiras com os livros foram sendo substituídas por estandes e uma programação cultural com participação de autores nacionais e estrangeiros, além do atendimento ao público em geral nas diferentes faixas etárias.

Em 2005, a Feira do Livro de Porto Alegre foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio Grande do Sul e, em 2010, ganhou o título de Patrimônio Imaterial da Cidade de Porto Alegre pela Secretaria Municipal de Cultura.

A edição deste ano acontece de 31 de outubro a 16 de novembro, na Praça da Alfândega, no centro histórico da capital gaúcha. A feira contará com 127 expositores espalhados nos 8 mil metros quadrados de área coberta, com uma programação especial para adultos – serão 130 mesas-redondas, 28 oficinas e cerca de 70 apresentações artísticas – e mais de 350 atividades para crianças e adolescentes.

.
Clique aqui para acessar a programação completa da 60ª Feira do Livro de Porto Alegre – Porto Alegre, Brasil.

.
–– Extraído do Portal Brasil, da Agência Lusa e da Agência RBS (Porto Alegre, Brasil) ––

Articles

Lançada primeira tradução direta de ‘Os Lusíadas’ em russo

In O Mundo de Língua Portuguesa on 19 de Outubro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Da RTP e do jornal digital Observador (Portugal)
17 de outubro de 2014

.
Três coisas em comum ligam o maior poeta da Língua Portuguesa a um tradutor russo de meados do século XX, os nomes de Luís de Camões e de Mikhail Travtchetov. Ambos tiveram morte trágica. O trabalho poético de ambos quase perdeu-se para sempre. E esse trabalho trata-se da maior obra da Língua Portuguesa: Os Lusíadas.

Foram 70 anos de espera. A primeira tradução poética direta de Os Lusíadas do português para o russo foi feita em 1940, mas somente agora, em outubro de 2014, foi publicada. O público russo costumava ler Camões a partir de traduções do francês desde o século XVIII até por volta da década de 1980.

Na década de 1930, Mikhail Travtchetov, um poeta e tradutor de Leninegrado (atual São Petersburgo) dedicou-se à tradução em versos para o russo do grande obra-prima da Língua Portuguesa.

Os trabalhos de tradução de Os Lusíadas por Travtchetov levaram dez anos a ser feita e, em 1940, estava pronta para ser publicada. Porém, ocorreu o cerco da Alemanha nazista a Leninegrado durante a Segunda Guerra Mundial. Mikhail Travtchetov morreu em dezembro de 1941.

Após o fim da guerra, a irmã de Travtchetov, Sofia Dubrovskaia, com quem ficou a guarda da obra de tradução, tentou, por duas décadas, mas sem sucesso, a publicação do texto traduzido do grande poema – que fora heroicamente salvo por Camões após sofrer naufrágio no Delta do Mecong. Porém, assim como Travtchetov, Camões faleceu em 1580, pobre e esquecido pelo povo que ele exaltou.

–– Tradução só foi descoberta em 2011 ––
Em 2011, a Editora da Biblioteca de Línguas Estrangeiras de Moscovo, descobriu o manuscrito da tradução. Por iniciativa do diplomata português Rui Baceira, os bibliógrafos pesquisaram os manuscritos pelos arquivos de Moscovo até encontrarem os originais da tradução.

As pesquisas foram resultado de colaboração intensa entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a Embaixada da República Portuguesa em Moscovo e o Centro de Língua e Cultura Portuguesa de Moscovo.

“Inicialmente, vimos uma tradução com omissões, onde faltavam cantos inteiros. Senti que o autor estava a seguir, encantado, a linha central da narração”, disse Yuri Fridshtein, um dos bibliógrafos que participaram da investigação.

“Vai muito além do domínio cultural. Um russo que conhece a obra que representa a essência do que é ser português nunca mais vai olhar para Portugal com os mesmos olhos”, disse o presidente do Centro de Língua e Cultura Portuguesa de Moscovo, Stanislav Micos.

Em 16 de outubro de 2014, a cerimónia de lançamento da tradução pioneira de Travtchetov teve lugar na sala da Biblioteca de Línguas Estrangeiras de Moscovo, lotada de estudantes jovens.

A tradução de Mikhail Travtchetov foi a pioneira, mas não é a única tradução integral direta do português para o russo de Os Lusíadas. A primeira edição direta de Os Lusíadas – com a tradução feita por Olga Ovtcherenko – foi publicada na década de 1980, ainda durante os anos da União Soviética.  :::

.
Clique aqui para ver a reportagem da rede de televisão RTP sobre a publicação em Moscovo de Os Lusíadas traduzida para o russo por Mikhail Travtchetov.

.
–– Extraído da RTP e do jornal digital Observador (Portugal) ––

Articles

Centro Cultural Brasil-Líbano promove obra de Fernando Pessoa em Beirute

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional on 10 de Setembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Áurea Santos
da Agência de Notícias Brasil-Árabe – ANBA (São Paulo, Brasil)
9 de setembro de 2014

.
:::  Projeto teatral da instituição sediada em Beirute vai montar peça baseada em texto do poeta lusitano. A participação é aberta a libaneses que estejam aprendendo a Língua Portuguesa.  :::

.
O Centro Cultural Brasil-Líbano, em Beirute, vai iniciar um projeto teatral para promover a obra do poeta lusitano Fernando Pessoa. O projeto terá início nos dias 16 e 23 deste mês e está aberto à participação de libaneses adultos que estejam aprendendo a Língua Portuguesa.

“A ideia é fazer com que os alunos treinem o idioma com um poeta conhecido. É um desafio para a gente e para os alunos”, afirma Samia Yakzan, diretora do centro. Libaneses que não sejam alunos do centro também podem participar desde que tenham conhecimento de português. Os participantes terão um curso sobre o trabalho de Pessoa e, no final do ano, montarão uma peça com base em um texto do autor.

Yakzan conta que o projeto está sendo realizado em parceria com a entidade Amigos de Portugal, e o curso será coordenado por uma representante da associação.

“Vamos usar um texto em prosa, uma coisa simples, algo que Fernando Pessoa escreveu e que possamos transmitir de maneira mais teatral. Vamos adaptar um texto simples a uma peça de teatro”, revela.

Segundo Yakzan, Fernando Pessoa é um nome famoso no Líbano. “Ele ficou muito conhecido no mundo por suas frases célebres”, diz a diretora. O projeto teatral com o autor português ainda é um piloto e deve servir de base para novas atividades. “Estamos com bastante vontade de continuar. É uma maneira legal de aprender português de forma interativa”, comenta.

De acordo com a diretora, em geral os alunos precisam ter estudado de um a dois anos a Língua Portuguesa para terem um nível adequado à participação no projeto. Ela destaca, no entanto, a velocidade com que os estudantes costumam aprender o idioma: “É surpreendente quanto os libaneses aprendem rápido o português. Como eles falam francês, que é uma língua latina, isso ajuda. Tem gente que faz um módulo e já tem um vocabulário riquíssimo.”

.
• As inscrições para o projeto de teatro em homenagem a Fernando Pessoa ocorrem até o dia 12 de setembro no Centro Cultural Brasil-Líbano. O curso inicia-se nos dias 16 e 23 de setembro, será ministrado em Língua Portuguesa e a participação é gratuita.

• Centro Cultural Brasil-Líbano
rua Mar Mitr, 176, edifício Sami Fouad Trad – Achrafieh
Beirute – Líbano

.
SANTOS, Áurea. Centro Brasil-Líbano promove obra de Fernando Pessoa.
Extraído da Agência de Notícias Brasil-Árabe – ANBA (São Paulo, Brasil)
Publicado em: 09 set. 2014.

Articles

Antonio Carlos Sartini, do Museu da Língua Portuguesa, sobre a projeção mundial do Português

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional on 19 de Junho de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , , ,

Baseado em reportagem de Andréia Azevedo Soares
do jornal Público (Portugal)
13 de junho de 2014

.
O Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, no Brasil, é um dos mais visitados do Brasil e da América Latina. Desde a inauguração em 2006, recebeu mais de 3,5 milhões de visitantes.

Localizado no prédio da Estação da Luz, no centro da maior cidade brasileira, o museu está a preparar uma exposição interativa em homenagem a Eça de Queirós (1845-1900). Como é marca no museu paulistano, a mostra apresentará seus conteúdos com interatividade e o recurso às tecnologias multimédia.

O diretor do museu, Antonio Carlos Sartini, em entrevista ao jornal Público durante sua visita a Lisboa, adiantou ainda que a exposição permanente do espaço cultural vai sofrer “uma grande reformulação” até 2016.

Sartini acredita que “a Língua Portuguesa está está vivendo um momento muito interessante”, por sua crescente aceitação internacional e pelo facto de ser estimado que haja 300 milhões de pessoas no mundo a falarem português nos próximos dez anos. E também creditou ao Acordo Ortográfico parte do sucesso da atual difusão internacional da Língua Portuguesa.

A seguir, trechos da entrevista de Antonio Carlos Sartini concedida à repórter Andréia Azevedo Soares, do jornal Público, de Portugal, publicada em 13 de junho de 2014:

*              *              *

António Carlos Sartini, diretor do Museu da Língua Portuguesa: "Somos um museu único no mundo."

António Carlos Sartini, diretor do Museu da Língua Portuguesa: “Somos um museu único no mundo.”

:::  Foi veiculada na imprensa brasileira a informação de que o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, estaria a preparar uma exposição sobre Eça de Queirós para o final de 2014. Pode dar-nos mais detalhes?  :::
Antonio Carlos Sartini – Não sei bem se será no final do ano. Ainda não há a data fechada. Este é um ano bastante atípico para o Brasil – é um ano de Copa do Mundo e de eleições também. É um ano mais difícil em termos de captação de recursos [financeiros]. Muito provavelmente, a exposição de Eça de Queirós vai ficar para 2015. Isto é também para fazer as coisas com mais calma e tranquilidade.

Temos aqui uma responsabilidade muito grande para com o Eça de Queirós e para com os nossos públicos, o brasileiro e o português, uma vez que o Eça é um patrimônio das nossas culturas. Já tivemos uma experiência anterior que foi a de trabalhar com [a obra do poeta] Fernando Pessoa [1888-1935mostra ocorrida em 2010] e que foi muito bem sucedida. Criámos uma exposição de grande sucesso no Brasil e que, depois, veio para a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e foi eleita a melhor exposição do ano em Portugal.

É uma responsabilidade muito grande, e por isso não podemos ter pressa – os projetos têm de amadurecer no seu tempo. Mas a exposição vai acontecer, com certeza absoluta.

:::  Quais são os desafios de apresentar um autor português consagrado ao público brasileiro?  :::
ACS – Acho que é importante pensarmos que o Museu da Língua Portuguesa é um dos mais visitados no Brasil. Desde a inauguração, tem uma média de 1.500, 1.600 visitantes por dia. Mais de 65% do nosso público são jovens estudantes da rede pública, jovens que nunca visitaram antes um museu.

O Brasil é um país onde temos problemas muito graves de Educação. Menos de 4% da população tem hábitos constantes de leitura. Então, quando você pensa em levar um nome como Fernando Pessoa, ou Eça de Queirós, para estes públicos, você está lidando com pessoas que não têm contacto nenhum com o autor e a sua obra.

Todo mundo já ouviu falar de Machado de Assis [1839-1908], mas ninguém leu, até porque infelizmente a escola apresenta Machado de Assis no momento errado, quando os alunos ainda são muito jovens. Há uma obrigatoriedade: você tem de ler o Machado de Assis porque ele é o nosso clássico. Então, o museu tem de ter muito cuidado na hora de aproximar estes públicos dos grandes autores. A melhor maneira de apresentar um autor é através da sua obra.

O Museu da Língua Portuguesa realizará uma mostra sobre Eça de Queirós, nos mesmos moldes em que realizou sobre Machado de Assis: dois dos maiores romancistas da Língua. 

O Museu da Língua Portuguesa realizará uma mostra sobre Eça de Queirós, nos mesmos moldes em que realizou sobre Machado de Assis: dois dos maiores romancistas da Língua.
 

O museu completa oito anos e meio com a mesma exposição [permanente]. Quando foi inaugurado, pouquíssimos museus se dedicavam a um acervo como esse. Nenhum outro museu se dedicava a um idioma – e nesse ponto nós continuamos pioneiros.

:::  Não há um museu na África do Sul dedicado ao africâner?  :::
ACS – Há, mas ele é muito distinto do Museu da Língua Portuguesa. Na verdade, é um Memorial do Africâner, de 1975. Tem uma finalidade política muito diferente do Museu da Língua Portuguesa; veio marcar um período muito angustiante da História da África do Sul. Então nós ousamos dizer que, enquanto museu com os nossos objetivos, a nossa tecnologia e maneira de expor, somos um museu único no mundo.

Quando o museu foi inaugurado, não tínhamos parâmetro. O grande questionamento que nós tínhamos era: quanto tempo dura uma exposição de longa duração de um museu que trata de um património intangível, mas ao mesmo tempo dinâmico?

Nós achávamos que [duraria] uns cinco anos. Mas já vamos com oito anos e meio e o nível de visitação e de ineditismo continua muito forte. Até 2016, o nosso grande trabalho vai ser renovar a exposição.

As mostras do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo são conhecidas pela interatividade e pelo recurso às tecnologias multimédia. 

As mostras do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo são conhecidas pela interatividade e pelo recurso às tecnologias multimédia.
 

:::  Fala-se na possibilidade de o português tornar-se uma das Línguas oficiais das Nações Unidas. Como representante máximo de um museu dedicado à Língua, como vê esse processo? É um sonho ou uma possibilidade real?  :::
ACS – Politicamente, é extremamente importante. O mundo da Lusofonia caminhou bem nesse sentido. Temos aí o novo Acordo Ortográfico de 1990, que demorou muito tempo a ser implementado. Eu sei que tem muita gente a favor e muita gente contra, mas politicamente é interessante. Isto permite que a Língua Portuguesa se torne uma Língua oficial em organismos internacionais.

A Língua Portuguesa está vivendo um momento muito interessante. O Brasil é um mercado em crescimento de 200 milhões de pessoas. Angola tem experimentado um crescimento econômico astronômico, de 13% ao ano. Moçambique tem um crescimento um pouco mais moderado, mas também positivo.

Sartini defende o Acordo Ortográfico: "É preciso que a escrita da Língua seja coesa para que se torne oficial em organismos internacionais."

Sartini defende o Acordo Ortográfico: “É preciso que a escrita da Língua seja coesa para que se torne oficial em organismos internacionais.”

:::  Isto tem tornado a Língua Portuguesa mais apetecível?  :::
ACS – Sem dúvida. Isto cria interesses em torno da Língua Portuguesa. Os chineses são excelentes comerciantes e pessoas “antenadas” com o mundo. Hoje temos mais de 20 universidades chinesas com cursos de Português. E o aumento do número de alunos na China é incrível. A cada ano, o Brasil tem de exportar professores para a China porque há um interesse do Governo chinês em que se fale cada vez mais português.

Há muitas reservas de petróleo que foram descobertas em território lusófono. Tudo isso tem criado um interesse econômico muito grande e dá uma vitalidade enorme à Língua. Acho portanto muito justo que esta Língua se torne oficial nos organismos internacionais.

É lógico que esse processo sempre gera descontentamentos [devido ao Acordo Ortográfico]. Mas, para que ela seja oficial, é preciso que seja coesa, pelo menos na sua forma culta, normativa. Ela não se tornou oficial até hoje porque há uma forma de escrever no Brasil, outra em Portugal… Para chegarmos a uma forma única, alguém tem de abrir mão de alguma coisa – e isso deixa as pessoas desconfortáveis. Mas eu tenho a certeza de que em pouco tempo as pessoas vão esquecer isso.

:::  Como é que o Acordo Ortográfico “entrou” no Museu da Língua Portuguesa? De que forma isto ficou registado na exposição?  :::
ACS – Eu não diria registrado, o Acordo Ortográfico foi absorvido. Na realidade, sempre que existem Acordos Ortográficos, eles vêm refletir a evolução da Língua. Existem fenômenos que são muito mais importantes do que o Acordo Ortográfico. É por isso que você tem acordos ou reformas ortográficas que são um pouco melhores. Às vezes demoram 20 anos, às vezes 40 anos. De alguma forma, essa reforma vai oficializar alguma coisa que na prática já vinha existindo. Interessa-nos muito mais essa evolução natural, essa prática do que a cristalização trazida por uma reforma ou um Acordo.

Nós tivemos o cuidado de, quando o acordo foi assinado, encomendar um guia ao professor Ataliba Teixeira de Castilho, o nosso consultor linguístico, junto com as FMU [Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo]. Esse guia foi distribuído para todas as escolas públicas do Estado de São Paulo e para os 200 mil visitantes que foram [nessa altura] ao Museu da Língua Portuguesa.  :::

*              *              *

Clique aqui para ler na íntegra a entrevista do diretor do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, Antonio Carlos Sartini, concedida à repórter Andréia Azevedo Soares, do jornal Público, de Portugal, e publicada em 13 de junho de 2014.

.
António Sartini: “A língua portuguesa está vivendo um momento muito interessante”.
(Entrevista a Andréia Azevedo Soares.)
Extraído do jornal Público (Portugal) – seção CulturaÍpsilon.
Publicado em: 13 jun. 2014.

.
*              *              *

Leia também:
Museu da Língua Portuguesa de São Paulo: reforma e exposição sobre a evolução da Língua – 25 de dezembro de 2012

Articles

Brasília acolhe conferência sobre a ‘Mensagem’ de Fernando Pessoa

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 11 de Maio de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Agência Brasil e do sítio Portugal Digital (Brasília, Brasil)
9 de abril de 2014

.
A capital brasileira receberá entre os dias 12 e 14 de maio o encontro Pessoa Convida Pessoas, para assinalar os 80 anos da publicação de Mensagem, uma das principais obras do maior nome da moderna poesia portuguesa.

Cartaz da conferência sobre Fernando Pessoa na Universidade de Brasília.

Cartaz da conferência sobre Fernando Pessoa na Universidade de Brasília.

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (através da Embaixada de Portugal no Brasil), a Cátedra Fernando Pessoa, da Universidad de los Andes, e a Cátedra Agostinho da Silva, da Universidade de Brasília, promovem o evento Pessoa Convida Pessoas, a assinalar os 80 anos de publicação de Mensagem.

Os locais da conferência serão o Auditório do Camões, da Embaixada de Portugal no Brasil, e o Auditório do Instituto de Biologia, da Universidade de Brasília. O evento será realizado no âmbito do III Simpósio Internacional de Estudos de Literaturas de Língua Portuguesa.

“Nessa edição, queremos focalizar a obra pessoana em seus diversos desdobramentos, colocando em diálogo pesquisadores do Brasil e do exterior que se têm voltado para o estudo da obra do grande poeta português, no ano em que se completam 80 anos da publicação do livro Mensagem“, informa a organização em comunicado.

.

Na conferência em Brasília, a obra de Fernando Pessoa será analisada nos seus diversos desdobramentos, colocando em diálogo diversos pesquisadores do Brasil e do exterior que se têm voltado para o estudo da obra do maior poeta da literatura moderna portuguesa, no momento em que se completam 80 anos da publicação do livro Mensagem.

–– Fernando Pessoa: um poeta, vários poetas ––
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu no Chiado, em Lisboa, em 1888. Desdobrou-se e criou heterónimos – Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares – cada um com uma personalidade, cada um com uma biografia, o que torna o seu nome singular na poesia mundial e na literatura universal. Em 1934, publicou o emblemático livro Mensagem, o único por ele lançado em Língua Portuguesa.

Fernando Pessoa faleceu em 1935. Mas seu reconhecimento só veio entre as décadas de 1940 e 1950, quando foi aberto um baú com um vasto conteúdo literário guardado por ele durante anos em sua “biblioteca inglesa”, com mais de 27 mil documentos – poesias, contos, criticas, traduções, rascunhos, desenhos e anotações sobre assuntos diversos –, grande parte deles ainda inédita e à espera de estudos e análises.

O espólio literário de Fernando Pessoa faz parte do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, da Biblioteca Nacional de Portugal.

Fernando Pessoa e os Heterónimos (1978), pintura de Costa Pinheiro – um poeta que se desdobrou em várias personalidades: um feito singular na literatura universal. 

Fernando Pessoa e os Heterónimos (1978), pintura de Costa Pinheiro – um poeta que se desdobrou em várias personalidades: um feito singular na literatura universal.
 

–– Participantes da conferência sobre Mensagem ––
O evento contará com a participação de renomados pesquisadores da obra de Fernando Pessoa, como:
• Jerónimo Pizarro (Universidad de los Andes, Bogotá, Colômbia);
• Onésimo Almeida (Universidade Brown, Rhode Island, Estados Unidos);
• Nicolás Barbosa López (Universidad de los Andes, Bogotá, Colômbia);
• Paulo de Medeiros (Universidade de Warwick, Inglaterra, Reino Unido); e
• Fernando Pinto do Amaral, escritor e pesquisador (Universidade de Lisboa).

Entre os intelectuais brasileiros, marcarão presença:
• Maria Helena Nery Garcez (Universidade de São Paulo);
• Jorge Fernandes da Silveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro);
• Luís Maffei (Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro);
• Alexandre Montaury Coutinho (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro);
• Fernando Gebra (Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, Santa Catarina);
• Elaine Cristina Cintra (Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais);
• Ida Ferreira Alves (Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro);
• Lilian Jacoto (Universidade de São Paulo);
• Márcia Valéria Zamboni Gobbi (Universidade Estadual Paulista, Araraquara, São Paulo);
• Sandra A. Ferreira (Universidade Estadual Paulista, Assis, São Paulo);
• Susana Ramos Ventura (Universidade Federal de São Paulo); e
• Izabel Margato (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).

Simultaneamente, ocorrerá a I Mostra de Cinema Literário – Semana de Fernando Pessoa em Brasília, promovida pela Casa de Cultura da América Latina e que terá lugar no Museu Nacional de Brasília, de 12 a 16 de maio de 2014.  :::

.
Clique aqui para descarregar, do sítio do Camões, o ficheiro com a programação da conferência Pessoa Convida Pessoas – Brasília, Brasil.

.
–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Agência Brasil e do sítio Portugal Digital (Brasília, Brasil) ––

.
*              *              *

Leia também:
Os 125 anos de Fernando Pessoa – 17 de junho de 2013

Articles

Cuba: estátua de Camões inaugurada no centro de Havana

In Língua Portuguesa Internacional on 8 de Maio de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Da Agência Lusa e do portal SAPO Notícias (Portugal)

.
Em pleno centro histórico de Havana, capital de Cuba, foi inaugurada em 29 de abril de 2014 a estátua em homenagem ao autor de Os Lusíadas e ao maior dos poetas da Língua Portuguesa  Luís de Camões.

A estátua foi doada pelo Instituto Camões ao Colégio Universitário San Gerónimo de Havana e encontra-se próxima aos espaços frequentados por alguns dos maiores nomes da literatura. São exemplos o Hotel Ambos Mundos, onde se hospedava o escritor norte-americano Ernest Hemingway (1899-1961) e cujo quarto é possível visitar; e também o café La Columnata Egipciana, frequentado por Eça de Queirós (1845-1900) e onde existe um painel de Almada-Negreiros (1893-1970).

A estátua de Camões no centro de Havana foi inaugurada em cerimónia com a presença do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, Luís Campos Ferreira. Esta foi a primeira vez, desde 2009, que um responsável governativo português visita Cuba em missão oficial, da qual resultaram diversos acordos de cooperação entre os dois países.

A inauguração da estátua de Camões contou com a presença dos embaixadores dos países lusófonos em Havana. 

A inauguração da estátua de Camões contou com a presença dos embaixadores dos países lusófonos em Havana.
 

A iniciativa de inaugurar a estátua de Camões em Havana é “uma homenagem não só a Portugal e a um escritor português, mas uma homenagem que Cuba quis prestar à Língua Portuguesa, que tem mais de 250 milhões de falantes e é a Língua mais falada no Hemisfério Sul”, afirmou Luís Campos Ferreira à Agência Lusa.

A cerimónia de entrega da estátua de Camões contou com a presença dos embaixadores dos países de Língua Portuguesa em Cuba.

No âmbito da visita, Portugal e Cuba assinaram um novo memorando para restabelecer relações políticas regulares entre os dois executivos. “Cuba está no radar dos grandes países e dos grandes interesses europeus. Portugal também sente essa oportunidade e Cuba deu a Portugal essa oportunidade”, afirmou Campos Ferreira justificando a aposta lusa neste país.  :::

.
 Extraído da Agência Lusa e do portal SAPO Notícias (Portugal) 

Articles

Faleceu o escritor português Vasco Graça Moura

In Defesa da Língua Portuguesa,O Mundo de Língua Portuguesa on 27 de Abril de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência Lusa, da RTP e do jornal Público (Portugal)
27 de abril de 2014

.
Faleceu no final da manhã de 27 de abril de 2014, no Hospital da Luz, em Lisboa, o escritor e tradutor Vasco Graça Moura, aos 72 anos, disse à Agência Lusa fonte do Centro Cultural de Belém (CCB).

Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Navarro da Graça Moura nasceu em 1942 na cidade do Porto e licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa. Exerceu a advocacia até 1983, quando enveredou-se em definitivo pela carreira literária.

Estreou-se nas letras com Modo Mudando (1962). Publicou, entre outros, A Sombra das Figuras (1985), A Furiosa Paixão pelo Tangível (1987), Testamento de VGM (2001) e Os Nossos Tristes Assuntos (2006). Reuniu a Poesia Toda, em dois volumes com um total de mais de mil páginas, em 2012.

Além de escritor, Vasco Graça Moura traduziu grandes obras da literatura ocidental para a Língua Portuguesa.

Além de escritor, Vasco Graça Moura traduziu grandes obras da literatura ocidental para a Língua Portuguesa.

Graça Moura foi administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda ao longo da década de 1980. Entre 1988 e 1995, foi presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Foi diretor da Fundação Casa de Mateus e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1996 e 1999. O escritor era militante do PSD (Partido Social Democrata) e foi eurodeputado – membro do Parlamento Europeu – entre 1999 e 2009.

Em janeiro de 2012, substituiu António Mega Ferreira na presidência da Fundação Centro Cultural de Belém.

Vasco Graça Moura também tornou-se conhecido nos últimos anos por ser uma das vozes de maior oposição ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

Recebeu o Prémio Pessoa de 1995 e o Prémio Vergílio Ferreira de 2007 – este oferecido pela Universidade de Évora –, os prémios de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela, entre outras distinções.

Na homenagem que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou em janeiro deste ano – ocasião em que recebeu do presidente Aníbal Cavaco Silva a comenda da Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada –, foi coletada esta frase do poeta, autor e intelectual português: “A poesia é a minha forma verbal de estar no mundo”.

“Momento de luto para a cultura portuguesa” ––
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho lamentou a morte de Vasco Graça Moura, afirmando que este é um “momento de luto para a cultura” portuguesa e “para a vida cívica do país”.

“Portugal perdeu hoje [27 de abril] um dos seus maiores cidadãos”, afirmou o chefe do Governo da República Portuguesa em uma mensagem divulgada ao início da tarde, na qual acrescenta que foi com um “profundo pesar” que soube da morte do presidente do Centro Cultural de Belém.

Afirmando que ambos estavam ligados por “laços de amizade”, Passos Coelho lembrou que Vasco Graça Moura deixou um “vasto legado literário, marcado pela inspiração e pela dedicação à Língua Portuguesa, que enriqueceu como poucos, uma constante procura da identidade nacional e um clarividente pensamento sobre as raízes, a herança política e filosófica e o futuro da Europa”.

O primeiro-ministro destacou ainda a sua atividade como “divulgador das letras portuguesas”, como responsável por várias e prestigiadas instituições nacionais e o seu percurso político “marcado pela coragem, pela frontalidade e pelo arreigado humanismo com que assumiu a cada passo as suas convicções”.

“Por tudo isto, Vasco Graça Moura recebeu em vida as mais altas honras e distinções”, acrescentou Passos Coelho, destacando a homenagem que lhe foi prestada em janeiro na Fundação Calouste Gulbenkian.

–– “Obra considerável” de “um criador invulgar” ––

Vasco Graça Moura foi um dos principais opositores ao Acordo Ortográfico de 1990.

Vasco Graça Moura foi um dos principais opositores ao Acordo Ortográfico de 1990.

“Quando penso na poesia portuguesa, julgo que é uma obra considerável e daquelas que irá ficar. Vê-la interrompida desta maneira é sempre uma péssima notícia para a nossa cultura”, disse o poeta Nuno Júdice.

Em entrevista ao jornal Público, a escritora, poeta e editora Maria do Rosário Pedreira declarou: “Com a morte de Vasco Graça Moura, perdemos um dos nossos últimos verdadeiros intelectuais: um homem com uma cultura extraordinária da grande e da pequena história, melómano, literato, e um criador invulgar que nos lega uma obra felizmente bastante extensa, e ainda, por meio das suas traduções, a obra de muitos outros autores de épocas e estilos diferentes com a sua marca poética muito especial.”

“Além disso, era a voz com mais peso contra o Acordo Ortográfico e, também por isso, vai fazer muita falta”, acrescentou a autora.

Vasco Graça Moura recebeu de Cavaco Silva comenda da República Portuguesa em cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa em janeiro de 2014. 

Vasco Graça Moura recebeu de Cavaco Silva comenda da República Portuguesa em cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa em janeiro de 2014.
 

–– Graça Moura “deixa uma marca indelével na cultura portuguesa” ––
“Neste momento de luto, rendo a minha homenagem ao homem de letras e ao homem de ação, que deixa uma marca indelével tanto na literatura, como no debate democrático de ideias e na defesa da nossa cultura”, lê-se em mensagem divulgada no sítio da Presidência da República Portuguesa.

Na missiva, Aníbal Cavaco Silva sublinha que foi com “profundo pesar” que tomou conhecimento da morte de Vasco Graça Moura, “um dos maiores escritores portugueses das últimas décadas e um dos intelectuais que mais contribuíram para a afirmação e a projeção internacional da nossa cultura”.

“Poeta e romancista de prestígio abundantemente reconhecido, quer entre nós, quer no espaço europeu, Graça Moura foi também o tradutor de alguns dos grandes autores do Ocidente para a Língua Portuguesa, a qual enriqueceu como poucos”, recorda Cavaco Silva.  :::

.
–– Extraído da Agência Lusa, da RTP e do jornal Público (Portugal) ––

Articles

XXI Colóquios da Lusofonia nos Açores: a escrita no feminino e a liberdade em Portugal

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional,Lusofonia e Diversidade on 15 de Abril de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência Lusa e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
14 de abril de 2014

A localidade de Porto Formoso, na ilha de São Miguel, nos Açores, abrigará os XXI Colóquios da Lusofonia, em plena época de 40 anos da Revolução dos Cravos. 

A localidade de Porto Formoso, na ilha de São Miguel, nos Açores, abrigará os XXI Colóquios da Lusofonia, em plena época de 40 anos da Revolução dos Cravos.
 

Os Colóquios da Lusofonia atingem a maturidade e chegam à sua 21ª. edição, que decorre em São Miguel, nos Açores, entre os dias 24 e 27 de abril. O evento pretende dar visibilidade à escrita literária no feminino.

Este Colóquio é especialmente dedicado a 40 anos de liberdade de expressão em Portugal e à mulher na escrita, sendo o objetivo dar a conhecer um pouco mais da literatura açoriana contemporânea e da posição (muitas vezes) subalterna da mulher na sociedade local.

A edição deste ano decorre na Praia dos Moinhos, no Porto Formoso, concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel. A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do local.

–– Nove ilhas, nove mulheres ––
O Colóquio nos Açores abrange em sua programação o lançamento da antologia 9 Ilhas, 9 Mulheres“, adiantou o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL), Chrys Chrystello.

Chrys Chrystello, presidente da Associação Internacional Colóquios da Lusofonia.

Chrys Chrystello, presidente da Associação Internacional Colóquios da Lusofonia.

Segundo ele, a associação “há muito” tinha projetado “fazer algo que homenageasse as mulheres na escrita” e que “são muitas” nos Açores. “Optámos, nesta primeira fase, por nove, tantas são as ilhas, mas muitas outras mais poderiam estar incluídas”, sublinhou.

O presidente da AICL disse que a forma de escrita encontrada pelas mulheres “continua a ser a poesia”, salientando que “há sobretudo um retrato daquilo que tem sido a posição da mulher nos Açores ao longo dos anos, uma posição de submissão, uma posição subalterna”.

“As mulheres têm sido bastante esquecidas. Há um grande predomínio de autores que são bastante divulgados”, afirmou Chrys Chrystello.

Das nove escritoras que vão ser homenageadas, duas já faleceram: Natália Correia e Madalena Férin. As outras são Joana Felix (filha do poeta Emanuel Felix), Renata Correia Botelho (filha de Emanuel Jorge Botelho), Brites Araújo, Judite Jorge, Luísa Ribeiro, Luísa Soares e Madalena San-Bento.

–– Homenagem à liberdade ––
O XXI Colóquio da Lusofonia “consagra ainda 40 anos de liberdade de expressão, contemplando as quatro homenagens contra o esquecimento dedicadas a Álamo Oliveira”, referiu.

A iniciativa, que tem como patronos dois destacados linguistas, o português João Malaca Casteleiro e o brasileiro Evanildo Bechara, tem conseguido juntar, ao longo destes anos, várias personalidades, investigadores e académicos”, para uma maior divulgação de autores e projetos, como é o caso do Caderno de Estudos Açorianos para “descarga gratuita por escolas, alunos e professores”.

“Temos o projeto das várias antologias. Fizemos a primeira antologia bilingue com 15 autores e depois a monolingue com 17 autores. Continuamos a traduzir excertos dos autores açorianos em sete línguas”, lembrou Chrys Chrystello.

O presidente da AICL acrescentou que vai também ser lançada “uma coletânea de textos dramáticos açorianos virada para o ensino e para o currículo escolar regional”.

Haverá na programação cinco lançamentos de livros, cinco sessões de poesia dedicadas à açorianidade e três recitais de música açoriana, além de um festival de música a celebrar os 40 anos da Revolução dos Cravos.

“Desde o princípio que tentamos afastar os colóquios dos ambientes bafientos onde tradicionalmente se praticava a cultura”, realçou Chrys Chrystello.

Cerca de 70 autores estão inscritos no evento: a metade deles vinda dos Açores e de Portugal, além de participantes do Brasil, dos Estados Unidos da América, do Japão, do Canadá, da Alemanha, da Austrália, da Bélgica, da Itália, da Eslovénia, de Moçambique e da região espanhola da Galiza.

Os Colóquios da Lusofonia, que decorreram pela primeira vez no Porto, já passaram por Bragança durante nove anos, por Macau, na China, pelo Brasil e por Galiza, na Espanha. E realizam-se ininterruptamente nos Açores desde 2006.  :::

.
Clique aqui para acessar o sítio dos XXI Colóquios da Lusofonia, no Porto Formoso, na ilha de São Miguel, nos Açores, Portugal.

.
–– Extraído da Agência Lusa e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)  ––