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Lusófona e chinesa, Macau após 15 anos da transferência à China

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 24 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Da Agência Lusa e da Rádio China Internacional

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Quando a China assumiu o governo de Macau, “havia algumas incertezas quanto ao futuro, mas o desenvolvimento desta Região Administrativa Especial ultrapassou em muito o que as pessoas imaginavam”, disse recentemente um jornalista em transmissão da Televisão Central da China (CCTV), em uma reportagem em direto de Macau.

Desde o “regresso de Macau à Pátria”, como se diz na China, a região teve impressionante desenvolvimento económico, a ponto de o território tornar-se a “capital mundial do jogo”, à frente de Las Vegas. Há 15 anos, “o Lisboa era o melhor e o maior casino de Macau; hoje é o mais pequeno”, salientou o jornal de língua inglesa China Daily.

O legado dos cinco séculos de presença portuguesa é visto em sua herança arquitetónica, como o Farol da Guia, o mais antigo de toda a China, e o Centro Histórico de Macau, com as ruínas da Catedral de São Paulo e o Largo do Senado, classificado como Património Mundial pela UNESCO em 2005.

“Com as suas ruas antigas, áreas residenciais, construções religiosas, arquitetura portuguesa e chinesa, o Centro Histórico de Macau constitui um testemunho único do encontro entre o Oriente e o Ocidente”, assinala o Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China.

O passado português convive com as marcas da modernidade pós-transferência: Macau conta com a Torre Panorâmica e com uma rede de 20 quilómetros do Metro Ligeiro, da Península de Macau até Cotai. E em 2016, terá uma gigantesca ponte de 50 quilómetros de extensão sobre a Riviera das Pérolas a ligar Macau, Hong Kong e Zhuhai (na região de Cantão).

“O espírito de ‘Amar Macau, Amar a China’ tem sido a chave do rápido desenvolvimento de Macau nos últimos quinze anos”, proclamou o Diário do Povo.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, concorda: “Nos últimos quinze anos, Macau desenvolveu boas relações com os países de Língua Portuguesa e desempenhou um papel positivo na ligação da China aos países de Língua Portuguesa”, disse ele à Agência Lusa.

“China e Portugal lidaram corretamente com o regresso de Macau [à administração chinesa], através de consultas e negociações em pé de igualdade”, disse ele. Afirmou ainda que a transferência de poderes no território constitui “um marco memorável na História” das relações luso-chinesas.

–– “Um país, dois sistemas” ––
Macau (Ao Men, em chinês) foi integrado na Republica Popular da China no dia 20 de dezembro de 1999, segundo a mesma formula adotada dois anos antes no antigo território britânico de Hong Kong: “um país, dois sistemas”.

Segundo essa fórmula “um país, dois sistemas”, exceto nas áreas de defesa nacional e relações externas, a cargo do Governo central em Pequim, Macau goza de “um alto grau de autonomia”, “é governado por pessoas de Macau”. E o português mantém-se como Língua oficial, a par do chinês.

Desde a transferência da soberania à China, ocorrida em dezembro em 1999, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita de Macau passou de 12,3 mil para 71,2 mil euros, sendo hoje “o segundo mais elevado da Ásia e o quarto do mundo”, realçam os responsáveis chineses.

O rendimento mensal médio em Macau triplicou, para 15 mil patacas (1.500 euros) – cerca de o dobro de Pequim – e o desemprego baixou para 1,6%, referiu um órgão da imprensa chinesa.

Na China, o PIB per capita ronda os 5,7 mil euros e mesmo em Pequim, uma das cidades do país com melhor nível de vida, o salário médio não chega a 6.000 iuanes (800 euros).

“Gosto muito da cidade. Macau é um local especial. Gosto da mistura cultural e arquitetônica”, disse José Matias, nascido em Portugal e que vive na cidade do sul da China. “Gosto da cultura, da comida e dos costumes chineses. Gosto da presença portuguesa e lusófona. Gosto de Macau também pelos bons amigos que fiz aqui.”

E não só fez amigos como casou-se com uma chinesa local e tem dois filhos. “Macau é a minha casa. A segunda casa que se tornou primeira.”, disse Matias, ao repetir o verbo “gostar”, expressando sua paixão por Macau, chinesa e lusófona.  :::

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–– Extraído da Agência Lusa e da Rádio China Internacional ––

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Curso de tradução das Línguas Portuguesa e chinesa dos Institutos Politécnicos de Leiria e de Macau

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 20 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , , ,

Da Agência Lusa
20 de dezembro de 2014

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O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) promovem em parceria há oito anos o Curso de Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português.

Esse curso especial de tradução já formou 114 tradutores e intérpretes, sendo 44 licenciados portugueses e 70 chineses, colocados em empresas privadas e instituições governamentais, dando-lhes habilidades de comunicação tanto na Língua Portuguesa quanto no chinês mandarim: a versão oficial adotada pela República Popular da China.

Iniciado em 2006, o Curso de Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português funciona em paralelo nas duas instituições: o primeiro e quarto ano no país de origem dos alunos e os dois anos intermédios em Portugal, para os chineses, e na China, para os portugueses.

“Essa é uma das mais-valias: potenciar a formação num contexto de imersão linguística”, disse à Agência Lusa a professora da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IPL, Inês Conde, coordenadora do curso.

De acordo com Inês Conde, empresas privadas da área da tradução em Portugal, Brasil e Angola, órgãos de comunicação social da Região Administrativa Especial de Macau, universidades e entidades representantes do governo da República Portuguesa na China estão entre os organismos que têm garantido saídas profissionais aos alunos.

–– Diferenças de métodos de ensino de línguas ––
Durante as aulas, todos os alunos portugueses e chineses sentem as diferenças nas metodologias de ensino – conforme é praticado em Portugal ou na China –, embora Inês Conde sublinhe ser “mais difícil” aos alunos chineses assimilarem o método português do que o contrário.

“Os professores portugueses usam muito as estratégias criativas ou espontâneas de escrita ou produção oral, e os alunos chineses estão habituados a um sistema de mais memorização, repetição até de conteúdos e de estruturas gramaticais. Eles têm muita facilidade em estudar a gramática e sentem mais dificuldade na produção oral espontânea, sem preparação prévia”, explicou.

Já os portugueses, continuou, embora em geral adorem a experiência de estudar em Pequim e de sentir a “pulsão” da capital do país mais populoso do mundo – “o mar de gente que pulsa em Pequim todos os dias” –, relatam as diferenças encontradas na metodologia chinesa, “um tipo de ensino que requer muita disciplina, muito estudo, muito trabalho, muito treino linguístico”.

O feedback [retorno] que o Instituto Politécnico de Leiria tem dos responsáveis do seu congénere de Macau – com quem a parceria permitiu desenvolver uma “relação muito próxima com docentes e funcionários, quase familiar” – é o de que os alunos portugueses que ali demandam “são muito bons a aprender línguas estrangeiras”.

–– Alunos chineses são “muito respeitadores” e os portugueses, “mais informais” ––
No relacionamento com os professores, os alunos macaenses oriundos do Politécnico de Macau “têm uma relação muito cordial e muito formal”, principalmente no início do ano letivo. “Depois percebem que podem estar um pouco mais à vontade, mas são muito respeitadores, muito bem comportados nas aulas, respondem muito bem às solicitações dos docentes”, refere Inês Conde.

Os portugueses, esses, são mais informais, denotam “algumas características típicas” do país de origem, “nem sempre respeitam as horas de entrada nas aulas”, assinala, com um sorriso, a coordenadora do curso.

“Temos alunos que já falam chinês quase sem as marcas da sua origem, da sua língua materna. Têm-nos dito que trabalham e vão ao encontro das exigências que lhes são feitas na aprendizagem do mandarim”, frisou.

No regresso a Leiria, no quarto ano do curso, os professores de chinês destacados na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais “ficam muito contentes por perceberem que houve uma evolução enorme nos dois anos que passaram na China, e o trabalho que é feito já é de grande complexidade”.

No último ano os estudantes trabalham géneros textuais legais, administrativos, relacionados com a economia ou com a literatura “e conseguem atingir bons resultados”, manifestados, depois, nos estágios profissionais que se realizam no segundo semestre do quarto ano. “Fazem tradução de chinês para português e, se lhes pedirem, também de português para chinês”, revela.  :::

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–– Extraído da Agência Lusa ––

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Japão: vencedores do Concurso de Eloquência recebem bolsa para estudar em Portugal

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional on 18 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
16 de dezembro de 2014

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A Universidade de Estudos Estrangeiros de Quioto realizou a 32 ª edição do Concurso de Eloquência de Língua Portuguesa para estudantes universitários japoneses. O evento conta com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que concede bolsas de estudo aos estudantes vencedores.

Apresentaram-se a concurso 17 estudantes japoneses representando os Departamentos de Português da Universidade de Estudos Estrangeiros de Quioto, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio, da Universidade Kanda de Estudos Internacionais, da Universidade de Osaka e da Universidade de Tenri.

As provas realizaram-se a 29 de novembro de 2014 e foram constituídas por um discurso memorizado sobre um tema de livre escolha e uma entrevista, ambos realizados em Língua Portuguesa.

Os vencedores das duas primeiras universidades classificadas – de Quioto e de Osaka – terão a oportunidade de estudar em Portugal no próximo ano letivo com as bolsas de estudo concedidas pelo Camões, IP.

Este concurso é um dos eventos académicos mais importantes no que respeita ao ensino e à divulgação da Língua Portuguesa no Japão.

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–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––

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Exposição sobre Agustina Bessa-Luís no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 17 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua
16 de dezembro de 2014

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O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, acolhe, de 16 de dezembro de 2014 a 1 de março de 2015, a exposição Agustina Bessa-Luís, Vida e Obra, concebida pela escritora Inês Pedrosa e pelo realizador de cinema João Botelho.

Para o diretor do Museu, Antonio Carlos de Moraes Sartini, esta é “uma bela oportunidade de aproximar os brasileiros das obras desta importante autora de nosso idioma, mas que ainda não é muito conhecida e lida no Brasil”. “Com a realização desta mostra, o Museu segue cumprindo seu papel de valorização da Língua Portuguesa e da nossa melhor expressão literária”, afirma o mesmo responsável.

A mostra, que permanecerá em exibição no saguão do terceiro andar do Museu da Língua Portuguesa até dia 1 de março de 2015, é uma iniciativa do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e a sua exibição é fruto de uma parceria com o Consulado Geral da República Portuguesa em São Paulo.

Por meio dos 20 painéis ilustrados com textos e fotografias, a exposição no Museu – situado no prédio da Estação da Luz, no Centro de São Paulo – apresenta ao público a trajetória da grande escritora.

–– Agustina Bessa-Luís, uma “neorromancista” ––
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de outubro de 1922 em Vila Meã, na cidade de Amarante (Distrito do Porto, norte de Portugal) e tornou-se uma escritora mundialmente conhecida sob o pseudónimo literário de Agustina Bessa-Luís.

Chegou ao Porto para estudos em 1935 e fez breve passagem por Coimbra nos anos 1940, onde viveu até ao lançamento do livro de estreia como romancista, a novela Mundo Fechado em 1948.

Em 1950, Agustina voltou ao Porto onde reside até hoje. O sucesso e o reconhecimento vieram em 1954, com o lançamento do romance A Sibila, que já apresenta toda a maturidade do seu original processo criativo.

Situada pelos críticos como “neorromancista”, Agustina transborda um enorme interesse pelo romancista Camilo Castelo Branco (1825-1890).

Graças ao conjunto de sua obra foi agraciada com inúmeros prémios, entre eles a Medalha de Honra da Cidade do Porto e a Ordem das Artes e das Letras da República Francesa no Grau de Oficial. Em 2004, aos 81 anos, recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão literário da Língua Portuguesa.

Autora de várias dezenas de obras, entre romances, contos, peças teatrais, livros infantis e crónicas, a escritora ainda dedicou o seu tempo a outras atividades, tendo sido diretora de 1990 a 1993 do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

As obras de Agustina foram traduzidas para o alemão, espanhol, francês, grego, dinamarquês, italiano e romeno. Alguns romances serviram também de inspiração para vários filmes, principalmente do cineasta português Manoel de Oliveira. Entre eles, os filmes Vale Abraão, de 1993, a partir do romance de mesmo nome (publicado em 1991), e o filme O Convento, de 1995, a partir do romance As Terras do Risco (1994).

Agustina Bessa-Luís afastou-se da produção literária por questões de saúde, em 2006, com o lançamento de seu romance A Ronda da Noite.

A romancista faz parte de importantes instituições como a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Europeia de Ciências, das Artes e das Letras, bem como é membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.  :::

• Museu da Língua Portuguesa – São Paulo – Brasil:
<http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/>

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–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––

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Embaixador de Portugal na China elogia Macau como “ponto de encontro” entre os dois países

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 11 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Rádio China Internacional
10 de dezembro de 2014

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Este ano marca o 15º aniversário do retorno da administração de Macau para a China. Em entrevista à Rádio Internacional da China, o embaixador de Portugal em Pequim, Jorge Torres Pereira, avaliou que a região tem um papel muito importante no relacionamento entre os dois países, e serve como um “ponto de encontro” para a China, Portugal e todos os países de Língua Portuguesa.

“Eu creio que o mais importante dizer, agora que consumamos quinze anos desta transferência da soberania à Republica Popular da China, é que Macau constitui ativo muito importante do relacionamento bilateral entre Portugal e a China.

Continuamos – quer o governo português, quer o governo da República Popular da China – a considerar que é um aspecto importante e simbólico da excelência do relacionamento entre os dois países o facto como Macau tem influenciado positivamente a atitude dos dois governos.”

Macau foi um dos primeiros locais de encontro entre China e Portugal, e essa importância permanece até hoje. O embaixador Jorge Torres Pereira disse acreditar que a cidade tem um potencial ainda maior no relacionamento bilateral.

“Portugal foi dos países que mais cedo teve contactos com a China. Nós gostamos de dizer que ‘por mar fomos os primeiros a chegar’. E pouco depois Macau foi, no fundo, um ponto de encontro entre a cultura chinesa e a realidade da China e a realidade portuguesa.

E esse papel de ponto de encontro, no fundo, nunca se perdeu. Foi adquirindo, ao longo da história, diferentes aspectos e, na história mais recente –depois do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, depois da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa–, o que nós temos visto nestes últimos quinze anos, é que cada vez mais há resultados concretos deste bom relacionamento, e há cada vez mais potencial de explorar e há cada vez mais áreas de cooperação que passam por Macau.”

Macau é palco do Fórum de Cooperação entre China e países lusófonos. Pereira também vê com bons olhos o evento na promoção dos intercâmbios e cooperações bilaterais e multilaterais.

“De certa maneira, balizam o que este Fórum poderá fazer nestes próximos anos e confirmam aquilo que eu venho de dizer, que há uma perspectiva otimista em relação à cooperação entre China e os diferentes países em que se fala português, em setores que, aliás, tem vindo a ser olhados desde o começo do formato.

É evidente que cada um dos países de Língua Portuguesa tem relações bilaterais com a China muito importantes, e nós não temos a pretensão de dizer que o fórum multilateral –que é o Fórum de Macau– substitui as relações bilaterais de cada um desses países. Agora, o que nós achamos é que é um espaço complementar muito importante, onde se podem descobrir sinergias, onde podem-se descobrir oportunidades que vão para além do relacionamento bilateral.”  :::

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–– Extraído da Rádio China Internacional ––

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Jorge Sampaio: CPLP “podia aproveitar melhor” vantagem de ter uma Língua comum

In Língua Portuguesa Internacional,Lusofonia e Diversidade on 8 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência Lusa
4 de dezembro de 2014

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O antigo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, esteve presente na sessão de abertura da Conferência da Aliança Progressista, que decorreu em Lisboa nos dias 4 e 5 de dezembro de 2014.

Jorge Sampaio considerou que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) “podia aproveitar melhor” o fato de ter uma Língua comum, defendendo mais políticas concertadas de cooperação para o desenvolvimento.

“Na CPLP, podemos aproveitar melhor o fato de termos uma Língua comum, com a revitalização destes fóruns em torno de uma agenda forte com prioridades comuns, da Língua aos oceanos, da cooperação à investigação, e isso podia ser portador de mudanças reais na vida de milhares ou milhões de pessoas”, disse o ex-presidente da República Portuguesa entre 1996 e 2006.

Para o antigo chefe de Estado português, a complementaridade de recursos, de instrumentos e de capacidades que existe no espaço da CPLP e de outros organismos similares obriga a “políticas concertadas de cooperação para o desenvolvimento movidas pela luta contra as desigualdades e que garantam que os jovens consigam ter acesso a mais oportunidades”, sendo crucial o desenvolvimento de “um novo paradigma da cooperação”.

Em sua intervenção, Jorge Sampaio passou em revista algumas das suas reflexões sobre o desenvolvimento e os grandes problemas que o mundo enfrenta, sublinhando a importância da “cooperação regional, onde há tanto por fazer”, e da apreensão que sente com a falta de solidariedade não só entre as gerações, mas também entre os mais ricos e os mais pobres.

A este propósito, salientou que os 85 multimilionários apontados pela organização internacional de ação social Oxfam detêm o mesmo valor que os 50% mais pobres da população mundial, o que significa – disse ele – que “85 pessoas têm os mesmos recursos que os 3,5 mil milhões de pessoas”.  :::

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–– Extraído da Agência Lusa ––

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Portugal celebra publicação da obra completa de António Vieira

In Língua Portuguesa Internacional,O Mundo de Língua Portuguesa on 6 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência EFE
2 de dezembro de 2014

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A publicação da obra completa do padre jesuíta Antonio Vieira, filósofo e orador português, foi concluída pela editora Círculo de Leitores e foi comemorada em uma conferência na Universidade de Lisboa.

A extensa coleção de 30 volumes é o resultado de um trabalho conjunto feito por mais de 50 especialistas portugueses e brasileiros.

Antonio Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, salientou a importância da obra de Vieira da história portuguesa: “Ninguém antes dele nem ninguém depois dele ele fez tanto com as palavras e através das palavras. Sem Vieira, não teríamos a Língua que temos”, escreveu ele no prefácio da coleção.

“Nesse difícil século XVII de nossa história, Vieira abriu e difundiu a Língua Portuguesa, fez dela uma cultura, marcou o seu lugar no mundo”, disse.

António Vieira foi uma pessoa influente na política e na sociedade de sua época, no século XVII, tanto em Portugal quanto no Brasil, onde defendeu os direitos dos povos indígenas, com quem conviveu até mesmo devido a suas atividades jesuíticas.

A Companhia de Jesus exerceu grande importância no Brasil, sendo a grande responsável por levar o cristianismo ao país sul-americano, então colónia de Portugal.

Também conhecido como “Paiaçu” (“o grande pai”, em língua tupi), Antonio Vieira escreveu uma série de Sermões que se considera que tiveram uma influência importante para a literatura do Barroco no Brasil, e deixou um legado lusófono reconhecido por personalidades da literatura portuguesa, como José Saramago e Fernando Pessoa, que chegou a chamá-lo de “o imperador da Língua Portuguesa”.

António Vieira nasceu em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608, e viveu como missionário católico, diplomata e orador, entre Portugal e Brasil, onde faleceu na cidade de Salvador, na Bahia, em 18 de julho de 1697.

Da sua extensa obra, destacam-se os Sermões e o seu livro História do Futuro, estreitamente relacionado com o mito do sebastianismo, segundo o qual o rei português D. Sebastião, que morreu aos 24 anos de idade na batalha de Alcácer-Quibir em Marrocos em 1578, voltaria para estabelecer seu reino.  :::

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–– Extraído da Agência EFE ––

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Portugal e Japão: uma relação entre povos desde a época das Grandes Navegações

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 3 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , ,

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Em 1543, marinheiros das naus portuguesas vindos de Macau, na China, desembarcaram nas praias da ilha de Tanegashima, no sul do arquipélago nipónico, para estabelecer comércio com o povo japonês, então relativamente isolado do mundo exterior.

Assim, Portugal tornou-se a primeira nação europeia a estabelecer contactos com o Japão, durante o período das Grandes Navegações. Foram aqueles portugueses desembarcados em Tanegashima que ainda teriam introduzido as armas de fogo no arquipélago japonês.

A chegada dos portugueses ao Japão é citada no livro História da Expansão e do Império Português, elaborado pelo professor da Universidade Nova de Lisboa, João de Oliveira e Costa. A obra abrange todo o período em que existiu o Império Português, que começou em Ceuta em 1415 e encerrou-se com a transferência de Macau à China em 1999.

A seguir, a reportagem da Agência EFE sobre o multissecular contacto entre portugueses e japoneses, inclusive entre as Línguas Portuguesa e japonesa. “Os portugueses mudaram a história do Japão, mas este manteve a sua própria civilização”, disse Oliveira e Costa.  :::

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–– Portugal e Japão: uma desconhecida relação
fruto da audácia lusa ––

Sabrina Aïd,
da Agência EFE (Espanha)
19 de novembro de 2014

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Apesar de ambos os países estarem em pontos distantes do planeta, Portugal e Japão conservam uma relação peculiar e pouco conhecida, que começou há 400 anos, graças à ousadia dos navegadores portugueses.

“O Japão foi o país asiático que sofreu o maior impacto e as maiores transformações vindas da expansão portuguesa”, disse o historiador e professor universitário João Oliveira e Costa, um dos autores do livro História da Expansão e do Império Português, publicado recentemente pela editora Esfera dos Livros.

A audácia dos navegadores portugueses no “descobrimento” do Brasil ou do caminho marítimo para a Índia já inspirou epopeias como Os Lusíadas, mas o impacto das naus portuguesas no remoto Japão é um capítulo pouco conhecido.

Iniciado em 1415 com a conquista de Ceuta [na África do Norte], o Império Colonial Português estendeu-se na África, na Ásia e na América do Sul, e ainda apenas três décadas mais tarde ocorreu o primeiro contacto com as ilhas nipónicas.

–– Semi-isolamento e primeiro contacto com europeus ––
Os japoneses conheceram um povo europeu pela primeira vez quando um grupo de comerciantes portugueses desembarcou em seu território em 1543, e desde então, desenvolveu-se uma intensa interação económica, assim como social e religiosa.

A escopeta portuguesa foi um dos objetos que causou maior impacto ao povo local japonês, que até então desconhecia as armas de fogo e lutava nas guerras com flechas e outras armas brancas.

“O Japão era um país semi-isolado até a chegada dos portugueses. A relação luso-nipónica contribuiu para uma atualização significativa dos conhecimentos da civilização japonesa”, disse Oliveira e Costa, cuja obra [sobre o Império Português] reúne de forma inédita desde o início da expansão marítima portuguesa (1415) até a independência [transferência da soberania à China] da colônia chinesa de Macau (1999).

–– Palavras portuguesas e arte namban ––
Além das armas de fogo, os portugueses introduziram várias palavras na língua japonesa durante o período conhecido como “Comércio Namban”.

Assim, os japoneses adotaram vocábulos da Língua Portuguesa como pan (pão), tabako (tabaco), botan (botão) e kirishitan (cristão).

“A chegada das naus portuguesas, com os seus trajes, estranhos para eles, com animais nunca vistos no Japão [galinhas, patos ou coelhos], com tripulantes negros, com costumes diferentes, foi registada pelos artistas japonenses”, disse o docente da Universidade Nova de Lisboa.

Outro reflexo da interação entre europeus e japoneses foi a arte namban, normalmente observada nos biombos japoneses, nos quais foram retratados os contatos comerciais entre as duas civilizações, à maneira de um álbum de imagens.

“Há vários museus japoneses com peças associadas à cultura namban, principalmente as de caráter religioso, como pinturas, bandeiras e armas dos cristãos”, relatou o historiador, que destacou os móveis lacados que evocam o Ocidente.

A cultura namban deixou a sua marca não só nas artes visuais, mas também nos rituais religiosos, nas artes interpretativas e na cultura científica de ambas as civilizações.

–– “Os portugueses mudaram a história do Japão” ––
Outras marcas relevantes perderam-se devido aos conflitos políticos e religiosos, que levaram inclusive à perseguição de cristãos no Japão, considerados um perigo para o arquipélago por ser uma bandeira colonizadora.

“Tudo o que estava relacionado com os portugueses foi destruído. Todas as igrejas foram destruídas no século XVII”, constata Oliveira e Costa.

Apesar dessas tensões, a prova viva da relação centenária que uniu Japão e Portugal durante quase um século está em Macau, que se tornou uma importante porta para o comércio entre China, Europa e Japão.

A pequena Macau, transferida para a administração de Pequim em 1999, é um ponto onde convergem a identidade portuguesa e chinesa, uma ponte entre a cultura ocidental e oriental.

“Os portugueses mudaram a história do Japão, mas este manteve a sua própria civilização”, lembrou Oliveira e Costa, que explicou a razão pela qual este episódio da história acabou por ter menos peso que a colonização portuguesa do Brasil em 1500.

Diante de uma civilização de tecnologia escassa, especialmente em relação às armas, os portugueses impuseram sua força diante dos aborígenes do Brasil.

“Embora, no caso do Japão, que nunca passou pela cabeça dos portugueses colonizá-los”, disse Oliveira e Costa para concluir a chave da questão, “toda a gente sabia que o país dos samurais era impossível de se conquistar”.  :::

(Tradução de Ronaldo Santos Soares)

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Com base em
AÏD, Sabrina. Portugal y Japón, una desconocida relación fruto de la audacia lusa.
Extraído da Agência EFE (Espanha)
Publicado em: 19 nov. 2014.

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Comemorações dos 500 anos das relações entre Portugal e Etiópia

In O Mundo de Língua Portuguesa on 2 de Dezembro de 2014 por ronsoar Tagged: , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
2 de dezembro de 2014

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A Embaixada da República Portuguesa em Adis-Abeba e os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura e Turismo da Etiópia inauguram a 8 de dezembro de 2014, às 18 horas, um amplo e diversificado programa comemorativo do 5º centenário das relações entre Portugal e a Etiópia, com um espetáculo no Teatro Nacional, em Adis-Abeba.

Há 500 anos, em março de 1514, uma embaixada etíope, enviada pela rainha regente Eleni – na menoridade do rei Lebna Denguel – liderada pelo mercador de origem arménia Matewos, na companhia do adolescente de linhagem real Yakob, apresentou carta credencial e um fragmento da Vera Cruz, em Lisboa, ao rei D. Manuel I.

O acontecimento de elevado significado político e simbólico ecoou pela Europa através de cartas remetidas para as cortes europeias e papal, relatando a chegada do embaixador do mítico “Reino do Preste João”, identificado com o Reino da Etiópia.

Este episódio diplomático testemunha a visão política dos governantes etíopes, refletindo a estratégia de inserção da Etiópia em uma lógica global. Na época, Portugal era uma força expansionista, que procurava controlar as rotas do Oceano Índico e do Mar Vermelho, desafiando o equilíbrio regional de poderes, e a Etiópia manifestou claramente a sua posição face a este novo interveniente na região ao explicitar a vontade de estabelecer uma aliança com Portugal, definida em termos políticos, militares e de cooperação tecnológica.

Uma embaixada portuguesa foi, então, despachada com um presente preciosíssimo. Vicissitudes diversas e o falecimento do embaixador Duarte Galvão atrasaram esta legação. Finalmente, em abril de 1520, a embaixada chefiada por D. Rodrigo de Lima entrou em terras da Etiópia pelo porto de Massawa – hoje, na Eritreia. Acompanhavam-no, entre outros, o organista Manuel dos Mares e o pintor Lázaro de Andrade, em uma antecipação do que hoje se chama “cooperação cultural”.

–– Acordo de Cooperação entre Portugal e Etiópia ––
Quinhentos anos mais tarde, em 2014, Etiópia e Portugal inauguram um vasto programa abrangendo as áreas das artes, cultura, património, educação, ensino superior e investigação, tecnologia, desporto e turismo. O programa é baseado em um entendimento comum sobre o desenvolvimento social e humano sustentado. Esse programa enquadra-se pelo Acordo de Cooperação entre Portugal e Etiópia nos Domínios da Educação, Ciência, Ensino Superior, Cultura, Juventude, Desporto, Turismo e Comunicação Social (com base no Decreto n.º 1 de 27 de janeiro de 2009, elaborado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa).

O evento de celebração no Teatro Nacional de Adis-Abeba conta com a participação da jovem pianista portuguesa Vera Estevez, do consagrado pianista e compositor etíope Girma Yifrashewa, e do grupo teatral da Escola de Artes do Teatro da Universidade de Adis Abeba.

As celebrações dos 500 anos das relações entre Portugal e Etiópia têm o apoio do Instituto Camões, da Delegação da União Europeia para a Etiópia, da Universidade de Adis-Abeba e de companhias privadas etíopes com destaque para o grupo BGI e Castel Winery.  :::

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–– Extraído do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––

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Capoeira e cante alentejano são Patrimónios Culturais da Humanidade da UNESCO

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 27 de Novembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Da Agência Lusa, da Agência Brasil e do Ministério da Cultura do Brasil
27 de novembro de 2014

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Nesta mesma semana de novembro de 2014, a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (UNESCO) reconheceu a capoeira, do Brasil, e o cante alentejano, de Portugal, como integrantes da lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade.

–– A capoeira: arte marcial afro-brasileira ––
A capoeira, uma arte marcial afro-brasileira que ainda engloba dança e música, entrou para a lista do Património Cultural da Humanidade no dia 26 de novembro.

A manifestação cultural “tem raízes africanas que devem ser cada vez mais valorizadas por nós. Agora, é um património a ser conhecido e praticado em todo o mundo”, destacou a ministra interina da Cultura do Brasil, Ana Cristina Wanzeler, que acompanhou a votação em Paris.

A capoeira teria surgido na Bahia, por volta do século XVII, durante o período da colonização portuguesa, enquanto ainda vigorava a escravidão de africanos no Brasil. Ela desenvolveu-se como uma forma de socialização e resistência física e cultural entre os escravos.

As lutas eram proibidas nas senzalas; com isso, os escravos reuniam-se em torno de rodas em campos abertos, com pouca vegetação, chamados de “capoeiras” – daí a origem do nome. Ali puderam realizar movimentos de artes marciais, mas sem contato físico com o adversário e com o embalo de música, o que conferiam à luta ares de dança.

Até hoje, um capoeirista completo deve dominar a musicalidade e saber tocar o berimbau, instrumento típico afro-brasileiro constituído de um arco com uma única corda de metal, que dá o ritmo aos movimentos do jogo de capoeira.

A prática da capoeira foi proibida no Brasil até à década de 1930, por ser considerada perigosa e subversiva, mas em 1937 foi declarada desporto nacional pelo então presidente da República Getúlio Vargas.

O reconhecimento eleva o número de manifestações culturais brasileiras que constam no Património Cultural da Humanidade da UNESCO, que já inclui duas danças: o frevo, dança do carnaval de rua de Recife e Olinda, e o samba de roda do Recôncavo Baiano, além da arte de pintura corporal do povo indígena Kusiwa, do Estado do Amapá, e o Círio de Nazaré, manifestação religiosa típica de Belém, capital do Estado do Pará.

“O reconhecimento representa um tributo à capoeira como manifestação cultural importante, que durante séculos foi criminalizada, além de dar visibilidade internacional. Além disso, reconhece que o Brasil tem políticas públicas para cuidar do seu patrimônio cultural”, disse, em entrevista à imprensa na sede da UNESCO em Paris, Jurema Machado, presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Ministério da Cultura do Brasil.

–– O cante alentejano: o cantar da terra camponesa ––
E na sexta-feira, 27 de novembro, a UNESCO reconheceu o cante alentejano como parte da lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade. O próprio órgão da ONU havia reconhecido a candidatura do cante alentejano como “exemplar”.

A candidatura do cante alentejano a Património Cultural da Humanidade, explica tratar-se de “um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia”, associado geograficamente ao Baixo Alentejo. “Historicamente, nenhuma informação documental parece provar a existência de canto coral sem instrumentos no Baixo Alentejo antes de 1907”, quando foi formado o Orfeão Popular de Serpa e começaram a surgir grupos corais como existem na atualidade, indica a candidatura enviada à UNESCO em março deste ano.

Ainda de acordo com o texto da candidatura, a origem do cante alentejano, o “(can)to da (te)rra”, era a sua interpretação sobretudo por homens das classes trabalhadoras, “consideradas rurais e camponesas no passado, mas que eram proto-industriais ou industriais, porque trabalhavam na agricultura com máquinas ou em explorações mineiras, como a de Aljustrel, onde, em 1926, foi criado o primeiro grupo coral, Os Mineiros de Aljustrel”.

Segundo a Moda – Associação do Cante Alentejano, o canto a vozes tradicional do Alentejo “nasceu no afã” das longas caminhadas dos trabalhadores do campo entre as aldeias onde moravam e os locais de monda ou ceifa, onde era “forçoso” estar ao nascer do sol.

Em entrevista nesta semana ao jornal digital Observador, Tomé Pires, presidente da Câmara Municipal de Serpa, no Alentejo, disse que a chancela da UNESCO ao cante alentejano podia abrir muitas portas. Ao objetivo de salvaguardar e transmitir o cante, é preciso também “começar a pensar em tornar este ativo cultural num ativo económico, para ajudar a sustentabilidade do cante e o desenvolvimento da nossa região”, disse.

O , que retrata a “ligação umbilical do trabalhador com a terra-mãe”, nasceu entre gentes das planícies, tornou-se a “marca identitária” da cultura do Alentejo e pode tornar-se Património da Humanidade.

Há exatamente três anos, a 27 de novembro de 2011, Portugal celebrou a eleição do fado como Património Cultural Imaterial da Humanidade. E em 2013, a dieta mediterrânica foi escolhida para ingressar na lista, através da candidatura conjunta de Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Croácia, Chipre e Marrocos.  :::

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–– Extraído da Agência Lusa, da Agência Brasil e do Ministério da Cultura do Brasil ––

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Sobre a Casa dos Estudantes do Império: uma homenagem à Lusofonia – Vítor Ramalho

In Lusofonia e Diversidade,O Mundo de Língua Portuguesa on 25 de Novembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , ,

Nascido na então Angola do Ultramar português em 1948, o atual secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), o português Vítor Ramalho, lançou artigo em homenagem à Casa dos Estudantes do Império. O que seria originalmente uma instituição do colonialismo português acabou por tornar-se um dos símbolos da formação da Lusofonia, tal como conhecemos hoje

Criada em 1944, a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, tinha a função pretendida de instruir os estudantes das colónias portuguesas do então Ultramar dentro da ideologia da ditadura do Estado Novo, de António de Oliveira Salazar (que durou de 1933 a 1974). Porém, a partir do final dos anos 1950, acabou tornando-se o centro irradiador dos movimentos de independência dos países da África Lusófona e de combate ao fascismo e ao colonialismo português.

Pela Casa dos Estudantes do Império, passaram diversos intelectuais da África Portuguesa que conheceram as ideias em defesa dos nacionalismos africanos e entraram em contacto ente si para troca de informações e formação de alianças para, em seguida, darem início aos processos de independência das colónias do Ultramar, através das Guerras de Libertação.

Estiveram na Casa dos Estudantes do Império, entre outros: Amílcar Cabral (1924-1973), líder da libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde; Mário Pinto de Andrade (1928-1990), ensaísta e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA); Marcelino dos Santos, poeta e membro fundador da Frente de Libertação de Moçambique; e Agostinho Neto (1922-1979), poeta, líder do MPLA e primeiro presidente de Angola.

A Casa dos Estudantes do Império foi fechada pela polícia política do salazarismo em setembro de 1965. Mas isso não freou os movimentos de libertação e de contestação do regime: dez anos depois, ganharam a independência os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, os PALOP.

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A seguir, o artigo de Vítor Ramalho em homenagem à Casa dos Estudantes do Império, publicado no portal África 21 Digital em 3 de novembro de 2014. Segundo ele, a lembrança da Casa dos Estudantes do Império “é tão justa e importante para os povos e países de Língua oficial portuguesa”.

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–– Uma justa e importante homenagem para a Lusofonia ––

Vítor Ramalho
do portal África 21 Digital
3 de novembro de 2014

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Estão em marcha ações promovidas pela UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa – integradas na homenagem à Casa dos Estudantes do Império (CEI) que se iniciam na Universidade de Coimbra.

Não havendo futuro sem memória, a CEI, que existiu entre 1944 e 1965, foi uma escola de formação cívica, cultural e política para muitos dos seus associados, então jovens universitários de todos os territórios e países que se exprimiam em português.

Por ela passaram e intervieram ativamente ou foram por ela registados, personalidades como Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Joaquim Chissano, Pedro Pires, Lúcio Lara, França Van Dunem, Miguel Trovoada, Pepetela, Manuel Rui Monteiro, Óscar Monteiro, Alda Lara, Alda do Espirito Santo, Francisco José Tenreiro, Manuela Margarido.

Tornaram-se mais tarde referências incontornáveis dos países de Língua Portuguesa.

Numa altura em que se endeusam os mercados, é muito importante ter outro olhar para a afetividade, para a solidariedade e para a generosidade, cuidando da memória coletiva comum.

Daí a homenagem, que vai envolver a publicação de 22 livros de bolso que serão reeditados, a partir do dia 31 de outubro e até março de 2015, pelo jornal Sol.

Serão, também, reeditadas as Antologias Poéticas de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, haverá em maio de 2015 uma grande exposição sobre a CEI, na Câmara Municipal de Lisboa, um Colóquio Internacional na Fundação Calouste Gulbenkian, em 22, 23 e 25 de maio de 2015 e, neste último dia, encerrar-se-ão as homenagens com chave de ouro, com uma cerimónia especial.

Nela intervirão todos os associados da CEI que acabaram mais tarde por ser primeiros-ministros ou presidentes da República – Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Mário Machungo, Miguel Trovoada, França Van Dunem, Pedro Pires e Jorge Sampaio. Sobre Agostinho Neto, falará a sua viúva, Maria Eugénia Neto.

É por isso que esta homenagem, iniciada a 28 de outubro deste ano, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, com a presença, entre outros, do senhor Secretário-Executivo da CPLP, é tão justa e importante para os povos e países de Língua oficial portuguesa.  :::

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RAMALHO, Vítor. Uma justa e importante homenagem para a Lusofonia.
Extraído do portal África 21 Digital – seção Observador Lusófono.
Publicado em: 03 nov. 2014.

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‘Dicionário Global da Língua Portuguesa’ a ser lançado na sede do Camões em Lisboa

In Defesa da Língua Portuguesa,Língua Portuguesa Internacional,Lusofonia e Diversidade on 24 de Novembro de 2014 por ronsoar Tagged: , , , , , ,

Do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
24 de novembro de 2014

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A obra Dicionário Global da Língua Portuguesa – autoexplicativo com exemplos contextualizados, de Jaime Coelho, elaborada para facilitar a aprendizagem de Português Língua Estrangeira, Português Língua Segunda ou Português Língua Não Materna.

A obra de Jaime Coelho será lançada nesta terça-feira, 25 de novembro de 2014, em Lisboa, no Auditório do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

Com a chancela da Lidel Edições Técnicas e com 55 mil entradas, o Dicionário Global da Língua Portuguesa “tem como principal alvo o público estrangeiro que aprende português”.

Nas palavras de Ana Paula Laborinho, presidente do Camões, trata-se de uma obra “que há muito era esperada e que vem colmatar um vazio injustificável”.

O subtítulo de “autoexplicativo” classifica-o de uma forma adequada, pois todas as palavras usadas ao longo do dicionário aparecem também como entradas e, assim, quando o utilizador se deparar com alguma palavra mais difícil, pode consultá-la no próprio dicionário, sem necessidade de recorrer a outra fonte de informação.

O tratamento das entradas está dividido em várias seções (exemplos – ou provérbios –, locuções, idiomatismos e combinatórias) de forma a ajudar o leitor a encontrar com rapidez o que procura saber. O Dicionário, de caráter internacional, inclui a etimologia de todos os vocábulos e regista os contributos dos diversos países de Língua oficial portuguesa.

“A Língua Portuguesa é das que continuam a crescer nos vários continentes e a ficar cada vez mais rica. Para tal, contribuem todos os países que a têm como Língua oficial. Este dicionário continuará a registar esses contributos”, declarou a presidente do Camões no sítio da Lidel Edições Técnicas.

–– Jaime Coelho, o autor do Dicionário Global ––
O autor do Dicionário, Jaime Coelho, nasceu em Soeima, Distrito de Bragança, em 1936. Entrou na Companhia de Jesus em 1952. Formado em filosofia e teologia, lecionou história, língua e literatura portuguesa no Departamento de Estudos Luso-afro -brasileiros da Universidade Sophia, Tóquio – na época, recém-fundado em 1964.

Publicou em 1998 o Dicionário Universal Japonês-Português em dupla edição. A edição lançada no Japão, com ideogramas japoneses e alfabeto latino, conta já com 11 tiragens em edição de luxo, tendo sido mais recentemente editada em um formato compacto e também em versão eletrónica. A outra edição foi publicada na mesma data em Portugal, com o alfabeto português ou latino, e cuja segunda tiragem é de 2009.

O autor reside atualmente em Tóquio, onde prossegue os seus trabalhos lexicográficos relacionados com a Língua Portuguesa no Japão, na China, na Península Coreana e no Vietname.  :::

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Clique aqui para ver mais detalhes sobre o Dicionário Global da Língua Portuguesa no sítio da Lidel Edições Técnicas (Portugal).

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–– Extraído do sítio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––