Da agência Panapress e do sítio Portugal Digital
4 de setembro de 2013
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A Academia Cabo-Verdiana de Letras (ACL), um sonho antigo dos escritores das ilhas, vai ser proclamada oficialmente no próximo dia 25 de setembro na cidade da Praia.
A ideia de fundar uma Academia de Letras no arquipélago, a primeira organização literária do género nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), foi lançada em uma assembleia da Associação de Escritores Cabo-Verdianos há mais de quatro anos, mas, por razões diversas, só muito recentemente o projeto foi retomado por um núcleo fundador liderado pelo poeta Corsino Fortes.
De acordo com os seus promotores, a ACL é uma entidade que visa promover as línguas faladas em Cabo Verde e a cultura das ilhas, ao mesmo tempo que pretende valorizar e enriquecer o património literário cabo-verdiano.
Um dos objetivos da ACL é, para além de contribuir para o enriquecimento da literatura cabo-verdiana, despertar nos jovens o interesse pela leitura e pela escrita.
A Academia, ao contrário de uma associação, reúne apenas os escritores de “reconhecido mérito nacional”, donos de obras com notoriedade, que já foram objeto de prémios nacionais e internacionais ou estudadas por investigadores nacionais e estrangeiros.
O trabalho de seleção dos membros a serem admitidos caberá a uma comissão de candidaturas a ser criada e que dotará a ACL de um regulamento próprio para o efeito.
De acordo com um dos promotores, a ACL “irá criar não só a categoria dos membros correspondentes como também relacionar-se com Academias de outros países, nomeadamente lusófonos”, para ampliar o seu espaço de estudo, partilha e enriquecimento cultural e literário.
No entanto, o grande desafio da futura ACL – que também tem como missão dar a conhecer a história da literatura universal, promover as obras dos escritores “imortais” e fomentar a investigação no domínio literário – será “criar um prémio prestígio que deverá contribuir para a visibilidade do país no exterior”.
–– Academia de Letras para “avivar o registo e a memória” ––
O presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, com obras poéticas já publicadas, é uma das personalidades que foi convidada para integrar a ACL.
Depois de receber o núcleo fundador, Jorge Carlos Fonseca frisou que “quando se integra nessa lista personalidades como Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, António Carreira ou Sérgio Frusoni, isso também ajuda a avivar o registo e a memória daqueles que contribuíram de alguma forma para a afirmação da própria nação cabo-verdiana”.
Por seu lado, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, considerou a ACL de grande iniciativa e um pilar importante da República.
Segundo ele, a literatura cabo-verdiana tem uma “dimensão internacional” e, para se fazer jus a esta realidade, “vale a pena ter uma Academia de Letras para imortalizar todos aqueles que criaram e deram novos mundos à nação global cabo-verdiana”. :::
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–– Extraído da agência Panapress e do sítio Portugal Digital ––
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