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Chanceleres avaliarão Acordo Ortográfico e difusão da Língua Portuguesa para a ciência

In Defesa da Língua Portuguesa, Língua Portuguesa Internacional on 25 de Julho de 2013 by ronsoar Tagged: , , , , ,

Gilberto Costa
da Agência Brasil
23 de julho de 2013

A Conferência de Lisboa da CPLP defenderá a Língua Portuguesa como Língua de ciência e de inovação tecnológica.

Os chanceleres dos oito países que formam a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão avaliar em outubro em Lisboa as ações de promoção e difusão do idioma durante a II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa.

De acordo com Ivo Castro, professor de linguística na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que participa da organização, o evento vai tratar especificamente do “ritmo de execução” das ações projetadas no Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua Portuguesa, aprovado em 2010, quando ocorreu a primeira conferência. O plano envolve estratégias de implantação da Língua Portuguesa nas organizações internacionais, a promoção do ensino do idioma e a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

A expectativa dos organizadores é positiva. “Houve avanços claros em várias áreas, como a criação do Portal do Professor, a constituição de vocabulários e algumas discussões sobre política e presença do português nas organizações internacionais”, assinala João Costa professor do Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa e também da organização do evento.

Apesar da opinião favorável, João Costa admite que falta apoio dos países na promoção do idioma. “É difícil dar passos menos tímidos sem investimento dos países nesta matéria”. Oito dos sete países da CPLP, incluindo o Brasil, estão em atraso com a anualidade a ser paga ao instituto da Comunidade que deve executar o Plano de Ação de Brasília.

Assim como as ações de difusão do idioma, há dificuldades com a implementação do Acordo Ortográfico de 1990, ainda não ratificado em Angola e Moçambique e até hoje muito criticado em Portugal. Segundo João Costa, “o Acordo Ortográfico está assumido por todos”, mas “faz falta uma maior clarificação conjunta de prazos e de vontades”.

O professor Ivo Castro, da Universidade de Lisboa, é um dos coordenadores da II Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa, a ocorrer em outubro em Lisboa. 

O professor Ivo Castro, da Universidade de Lisboa, é um dos coordenadores da II Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa, a ocorrer em outubro em Lisboa.
 

–– Língua Portuguesa: referência internacional para as ciências ––
Além do Plano de Brasília e do estado de implementação do Acordo Ortográfico, a programação da II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa quer tratar do uso da Língua na produção científica. Para os organizadores da conferência, é estratégica a discussão. “A vitalidade de uma Língua se mede, entre outros critérios, pela sua capacidade de criar terminologias e estilos capazes de descrever um mundo em constante renovação e de atuar sobre ele”, ressalta Ivo Castro.

Para o acadêmico, apesar do predomínio do inglês até mesmo em universidades portuguesas, “a Língua Portuguesa desempenha um papel instrumental no desenvolvimento de certos domínios científicos da interface Norte-Sul, como a medicina tropical, a geografia humana e a antropologia, as ciências da terra e econômicas”.

“O inglês não é, nem deve ser visto como a única língua de ciência: o português, como outras grandes línguas de cultura, possui uma longa literatura científica que, em determinados domínios, é referência internacional e não poderia ser substituída por traduções sem perda de rigor, de significação e de capacidade criativa”, defendeu Ivo Castro.

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COSTA, Gilberto. Sem Acordo Ortográfico ratificado em todos os países, CPLP vai avaliar difusão do português.
Extraído da Agência Brasil.
Publicado em: 23 jul. 2013.

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